Olho ao meu redor o mundo,
Entendo na sua extensão o desespero,
De tantas pessoas a pedirem auxílio,
Num frenético e desesperado soluço.
Eu estou aqui e consigo enxergá-los,
Vejo o sofrimento da impotência,
Negar ao filho o alimento inexistente,
Quando apenas balbucia indefeso.
O conforto não é necessário,
Clamo por subsistência e esperança,
Direitos humanos que lhe defendam,
Dessa dor insuportável e desumana.
Vejo no céu o azul tão cristalino,
Procuro entender a sua infinita dimensão,
E em meus clamores ao Senhor imploro,
A misericórdia que já tarda.
Na dor crescente e amarga de todo dia,
Enquanto o mundo lá fora olha indiferente,
Existe tão perto sofrimento e fome,
Que podemos estender a mão para saciá-la.
Procuro não com lágrimas compreender,
Mas buscar um alívio apaziguante,
E se chamarem a isso de utopia,
Quero viver praticando essa ilusão.
Vânia Moreira Diniz