Naquele dia, sentia-me mal, atemorizada pela vida, pelo que me acontecia, pelo que ouvia ou imaginava. Resolvi, então, enfrentar o medo. Levantei-me determinada, repetindo a frase “eu penso nisso amanhã”, ouvida no clássico “E o Vento Levou”, quando a personagem Scarlett O’Hara a repetia para afastar pensamentos perturbadores. Nunca esqueci essa frase, colocando-a em prática desde jovem e usando-a até hoje.
Essa frase me ensinou a lidar com situações difíceis e dolorosas. Claro, não foi fácil de início. Mas não desisti de usá-la.
Assim, quando o medo me assaltava, aprendi a enfrentá-lo. Inicialmente, duvidei da eficácia desse método. Hoje, porém, sei que superei situações de pânico e segui em frente, decidida a vencer obstáculos que surgiam em minha jornada, impedindo-me de realizar sonhos e projetos.
Essa é a vida. Conheço inúmeras pessoas que conseguiram, por que eu não conseguiria? Essa era a pergunta que me fazia constantemente, convencendo-me de que só assim alcançaria o sucesso.
Lembro-me de uma tarde, em uma rua longa e pouco iluminada do bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro. Estava atrasada e sozinha quando percebi alguém me seguindo. Tinha duas opções: fugir ou seguir em frente, fortalecendo minha mente e ignorando a hesitação. Optei pela oração, andando rapidamente e tentando esquecer a situação, pedindo a Deus forças. De repente, ouvi alguém chamando meu nome. Não reconheci a voz, mas devia me conhecer, pois não poderia adivinhar meu nome. Olhei para trás e, com o coração acelerado, reconheci um amigo de meu pai que morava no mesmo prédio que eu. Ele sorriu, dizendo: “Você é corajosa! Aposto que estava morrendo de medo, mas não titubeou”. Sorri, mais calma, quando ele me aconselhou a não andar sozinha naquela rua, àquela hora, pois era perigoso. Assenti, agradecendo a Deus duas coisas: minha decisão de não ceder ao pânico, apesar do coração acelerado, e a oração que me deu segurança para continuar.
Vânia Moreira Diniz – 23/05/2025
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