Desde 01 de Março de 2022

Um banco de praça

Escritora Vânia Moreira Diniz

Hoje em minha caminhada tive oportunidade de fazer algo que há muito tempo não tinha oportunidade. Quando caminho, deixo meus pensamentos soltos, mas procuro observar os transeuntes e tudo à minha volta. O sol brilhava, e eu sentia o vento uivar muito levemente. E isso fez com que eu me sentisse tranquila, embora estivesse com a cabeça ocupada com muitos problemas a resolver. E então cheguei num parque relativamente perto de minha casa e resolvi parar ali pensando que há muito tempo não observava esses lugares que frequentava na minha juventude, geralmente com um livro para ler. Achava agradável ficar lá, muitas vezes lendo e admirando a natureza.
Geralmente saía inspirada para escrever. E hoje lembrei-me de momentos similares que me deixavam há muitos anos, curtir a vida. Fui andando pelo jardim, realmente me sentindo melhor da tensão que me preocupava. Sentei-me num banco e tive a sensação familiar de outros momentos assim tão serenos. Recordei-me de tempos assim. Os bancos de praça me levavam a me inspirar num lugar espaçoso, principalmente quando estava quase vazio. Como era salutar a vida e como perdemos oportunidades de respirar mais convenientemente num lugar reservado a qualquer pessoa que chegasse ali. Senti um bem-estar magnífico. Naquele momento estava reinventando rotinas agradáveis que eu tinha abandonado. Senti, repentinamente que nessa fase de minha existência tudo isso seria uma boa estratégia para que pudesse sentir um pouco de leveza em minha vida. Pelo menos num espaço de tempo rápido poderia trazer para o meu dia a oportunidade de me reestruturar. Um banco de praça, ali, ao meu alcance e eu esquecera o quanto fora importante para mim em diversas oportunidades. Levantei-me, já sentindo o meu dia menos desconfortável. Não podia esquecer, voltaria aqui muitas vezes, agradecendo por aquele momento tão especial. Um banco de praça, que a correria da vida me fizera esquecer. Mas voltaria… recriaria esse hábito salutar. Quantas recordações! Pareceu-me que eu esquecera os prazeres naturais e legítimos da vida. Um banco de praça…

Vânia Moreira Diniz

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