Para Vaninha Moreira Diniz
Todas as manhãs, Vaninha, tal como o mar que nunca dorme, eu fico à espera que mede o aceno de quem vem – indisfarçavelmente nua maravilha – para a redenção dos meus desejos multiplicados de urgências.
Todas as tardes, Vaninha, como o rio diligente de correnteza à foz, venço indescritivelmente a distância estimulante que a você me leva para descobrir em cada parte do seu corpo um reino próspero e epidérmico de oferendas ao meu inteiro dispor, afinal de contas, este é o prêmio e a gloria que você me oferta majorando minha visceral paixão.
Todas as noites, Vaninha, tal qual o trâmite pendular da vida, eu conto as horas custosas dos dias e das noites para habitar a clausura dos seus sonhos explosivos, incitados pela indecência dos meus versos mais conjurados de amor descoberto, para que eu leve em conta a vitória da nossa entrega revelada.
Todos os dias, Vaninha, tal como o murmúrio inaudito das imensidões, eu persigo insone a buscar de você na calada da noite, no sol a pino do dia, a vociferar o meu poema fustigado pelo seu corpo obsidente e esplêndido de pendores a me enfeitiçar no conluio do nosso amor.
Luiz Alberto Machado