Acordo animadíssimo, cheio de energia e projetos e, empolgado, salto da cama; após fazer minhas orações, tomar uma bateria de comprimidos – coisa de cidadão atento ao amadurecimento saudável; risiss – e rabiscar um poema; fruto de (ins)piração repentina.
Na sequência, após rápida passagem pelo banheiro, saio na área externa ao barraco, para cumprimentar e tratar de meus amigos e parceiros Thor & Pan que, atentos aos meus movimentos, já aguardavam indóceis; não só pelo alimento, mas, o inevitável carinho matinal. Afinal, são minha segurança plena, nesses tempos bicudos: Thor é um robusto e irrequieto pitbull, beirando os dois anos. Pantera, uma linda e atenta pastora belga, de seus quatro anos; praticamente, mãe de criação do Thor.
De volta à cozinha, enquanto preparo meu desjejum – degustando uma banana e metade de um abacate, além de colocar água para ferver e passar o café – me lembro que é uma sexta-feira. Porém, não é uma data qualquer, mas… Sexta-feira 13!!! Só então me dou conta de ser um dia especial e, inconscientemente talvez, a razão de minha agitação interior. Realmente, estou com sensações diferenciadas e, acreditem, vontade de realizar coisas; construir anseios – quase – adormecidos. Então me decidi: vou (re) começar a escrever hoje; impreterivelmente. Há tempos venho ensaiando e, naturalmente, postergando essa iniciativa, fazendo planos e conjeturas; sem criar coragem para tal. Aliás, são vários adiamentos acumulados, gerando frustrações: um curso de pintura online, totalmente quitado, antecipadamente; um curso de italiano, apenas iniciado e regiamente abandonado; aulas de violão em suspenso; dentre tantas outras atividades iniciadas e esquecidas, ainda no nascedouro.
E quem diria… Exatamente, numa sexta-feira 13, data tão aclamada e temida por muitas pessoas, ser a motivação para meu “start” literário. Realmente, interessante, hilário e digno de registro.
São tantas superstições e crendices que envolvem esse dia que, às vezes, até assustam: existem pessoas que, simplesmente, se negam a sair de casa; outras têm um ritual que envolve certo tipo de vestuário; algumas pessoas não atravessam a rua em determinado ponto, sem colocar um certo pé à frente; outros se recusam a passar sob escadas…. Têm aquelas com pavor a gato preto e – creiam ou não – existem pessoas que chegam ao cúmulo de trucidarem os bichanos, em rituais macabros. Tenho uma amiga que, extremamente traumatizada, contou haver perdido seu lindo bichinho de estimação; vítima de uma barbárie dessas. Enfim…
Contudo e por tudo, apesar de todas as narrativas e crendices populares, tenho a registrar que esse 13 – lógico, o número encontra-se atualmente estigmatizado também por motivos outros, que não vêm ao caso, no momento – tornou-se minha salvaguarda e será lembrado sempre, com muito carinho, por haver inspirado esta crônica, a primeira, após um enorme hiato; que pretendo preencher, doravante, com maior assiduidade.
Espero, sinceramente, poder brindar meus atuais e futuros leitores com crônicas, contos, poemas e, quiçá, até mesmo romances, num futuro próximo; empenhado em fazer jus aos anseios de alguns, que insistem em afiançar minha verve literária.
Cafiero Filho.
13/05/2022.