À medida que a noite se instala, as estrelas pontilham o firmamento, e as lembranças me assaltam, trazendo consigo eventos que perturbam a serenidade do dia que se foi. A existência tem se mostrado desafiadora, marcada por um período de notícias sombrias. Como encontrar a felicidade em um mundo aflito, onde até mesmo aqueles que se apresentam como realizados ocultam em suas almas as tempestades que são detalhadamente noticiadas?
De um tempo para cá, iniciei uma reflexão sobre todos os acontecimentos que marcaram esta jornada que trilho neste espaço magnífico, onde sou uma hóspede temporária. Intrigante é a falta de preocupação de alguns com o sofrimento causado pela futilidade excessiva que degenera a humanidade, priorizando a aparência e a vaidade exacerbada, resultando em um mundo cruel, onde se ignora o que pode acontecer consigo mesmo à medida que a partida se aproxima.
Os crimes, as cenas de barbárie que presenciamos, as guerras, a brutalidade, a violência urbana e os preconceitos são tão intoleráveis que nos levam a questionar o verdadeiro sentido da vida. E todos nós compartilhamos a responsabilidade pelo sofrimento alheio, seja por uma palavra ríspida, pela difamação da vida alheia, ou pela indiferença à fragilidade humana.
Teologicamente, o sofrimento não nos aguarda em um futuro distante; ele pode se manifestar aqui mesmo, neste solo paradisíaco que habitamos.
Vamos nos unir, pois ainda há tempo para nos arrependermos de qualquer ato que possa ferir o próximo. O que testemunhamos agora, agravado após a pandemia, é uma luta incessante entre seres humanos iguais, que clamam pelo direito à dignidade e à sobrevivência.
Reflexões são imprescindíveis para que possamos legar aos nossos descendentes um exemplo de amor ao próximo, de vivências edificantes. Independentemente das circunstâncias, urge repensarmos o rumo que estamos seguindo.
Não viemos ao mundo para padecer, mas essa será a consequência inevitável se não mudarmos a direção que tomamos. Embora tardia, é imperativo reconsiderar essa questão que dizima milhares de vidas pela nossa desumanidade ocasional.
Vânia Diniz
Conteúdo atualizado pela equipe Essenciar