Esse fim de semana tive a impressão de que estava em outro mundo. Tanta coisa acontecera, que quando pude pensar mais profundamente um entorpecimento me dominou e perguntava-me o que realmente estava fazendo aqui. Meus pensamentos continham imagens de tristeza, dor ou então da minha própria ignorância. E eu era outra, não mais aquela que me conhecera. E estava custando a me acostumar com minha nova roupagem, nada mais seria igual, tudo muito diverso e extremamente difícil para eu absorver. Preferi ficar trancada e conversar silenciosamente com meu próprio coração. Senti que lá longe, muito longe de nosso conhecimento existia um Criador e era com ele que eu desejava trocar ideias até porque minha cabeça estava confusa. Reconheci que não era difícil gostar de mim mesma e aprendi a admirar essas horas em que a solidão era recebida com muita alegria. Entre ouvir palavras que não me agradavam, sentir um mundo que mudava para pior em muitos sentidos, embaralhava meu modo de apreciar a vida e me causava um sentimento de tristeza quando via muita gente sofrer e eu ter consciência de minha impotência. Preferia ficar longe de tudo alguns dias para que eu me programasse mais eficientemente. Lágrimas, o momento presente e as concepções amargas não faziam parte de meu mundo interior. Queria sobreviver a tudo aqui e engrenar uma caminho mais vasto, ilimitado e prosseguir, mesmo que estivesse marcado pelas intempéries. Pelo menos era um traçado compreensível e coerente e no qual eu sabia me orientar. Não me refugiei em qualquer época e sim nas vastas resoluções e alternativas nas quais eu poderia sobreviver. Sem reticências ou incoerências. Por enquanto era outra pessoa e precisava retornar ao meu próprio ser, desconstruindo o incômodo do desconhecido e reavaliando o que me fazia mal.
Conteúdo atualizado pela equipe Essenciar