De Luiz Alberto Machado
Para Vânia Moreira Diniz
De corpo inteiro ela me dá o seu sorriso irresistível. Não há como escapar desse espetáculo, meu coração ribomba, meus nervos esquentam, meus músculos retesam, minha carne treme e meu sexo indomável persegue a sua efígie imantada. Não me contenho e com a glande viva exposta sirvo-lhe qual maduro inchado morango para tocar arrastado por seus lábios, esfregar-se às suas faces, acomodar-se entre seus ombros, deslizar pelo decote aos seios fartos, lambuzar seus braços para ser acomodado entre suas mãos afagantes. Escapulo por entre suas pernas e o sobejo do meu membro traça com visgo o caminho dos seus joelhos pelas coxas roliças, para alcançar tocar o clitóris, escorregando pelas pétalas de sua vagina úmida desabrigada. Forço a passagem e ela se escancara púbis escancarado, gruta exposta para invasão firme e descontrolada. Sinto o aconchego da sua intimidade e ela se faz ágil pássaro na manhã para semear em mim a claridão dos seus olhos a me ofertar o átrio da boca benfazeja. As mãos revividas tomam o meu cajado para o beijo quente, lasso tempo desfiado como se jogasse mimo na minha paudurescência de nenhuma quietude dessendentada. Sua língua passeia com tresloucadas ventanias do diário ato nas horas que se derramam pela avareza de sua satisfação animal com todos os amálgamas aos desamarrados a depor as hostis lâminas do interdito para sorver atiçada enquanto ruge toda retórica dos desejos indômitos, desesperada com a sua posse consumada nos gemidos madrugadores. Ela amanhece com lambidas aladas por todo meu ventre incendiado pela voraz devoração inevitável, enquanto expõe a sua carne regada por meus gozos e a beber-me ávida como seu eu fosse vinho raro, enquanto esconde o frêmito da semente farta germinando na calcinha desarrumada pelo fruto exposto, a vedar a desistência porque no seu corpo é mar e leme para minha teimosa navegação. Mais se esbate em meu cais e pende, celebro sua rendição e pronta para o abate mais tomba as ancas inflamadas, ventre inflado que eu descubro à saia levantada para que seja punida pela rebeldia pulsante e acesa com os gritos da tarde permitida violando o proibido e todas as fronteiras limitadores, a me ofertar o auge da carne em êxtase, arrancando pudores e tecendo em meus flancos e dorso a sua inclemente possessão dilacerada. Assim me dá a sua selvagem paz para que eu escave suas entranhas inteiro e impiedosamente pela herética noite em que sou náufrago e saiba o que são os instantes da eternidade no que sou na imensidão dos lábios dela.