Foi na luz de seu olhar difuso
Que vi a imagem de Deus refletida
Um misto de alegria contida
Numa nuvem suave de descrença
Foi neste olhar puro e destemido
Que mergulhei afoita e sem medo
Em busca do segredo escondido
Em cada gesto seu, em cada luta
Sem entender de fato a labuta
De ter alguém assim incompreendido.
Foi no seu olhar profundo e momentâneo
Que perscrutei minha própria ignorância
E fui buscar o que me foi negado
Na faina costumeira do que é fácil.
Foi dentro de seus olhos de menino
Que encontrei razão e meu destino
Para seguir em frente sem fazer perguntas.
No imensurável colóquio entre os dois
Fui me despindo de roupagem envelhecida
Descartei o ontem, o hoje ou o depois
Para ser só sua, alma, coração e vida
Tentando em vão acertar o passo,
Descobri o quanto diferente é o caminho
Pensando ser sábia, mestra ou sabida
Descobri ser nada neste desalinho
De tentar invadir o seu cantinho
Olhando em meus olhos num relance
Mostrar o quanto sabe, e seu alcance
Capaz de entender qualquer nuance
Num olhar apenas suave e bonitinho
Silencioso e nobre, desajeitado e difuso
Foi aí que encontrei a vida.
Ridamar Batista
Autora convidada é Presidente da ALBA- Academia de Letras do Brasil- Anápolis Delegada adjunta da Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências Letras e Artes Dra. PHI. Filosofia Univérsica- Academia de Letras do Brasil- e Internacional.
Uma resposta
Minha eterna gratidão pelo convite de nossa querida Dra. Vânia Diniz. Sinto-me acolhida e honrada participando deste site. Bom domingo para todos. Vou ler cada pedacinho e deliciar deste momento.
Um abraço cheio de ternura e paz. Ridamar