Hoje, estou muito longe de tudo. Não consigo me libertar da dor que me oprime e pensar que, muitas vezes, submergi em fases de alegrias, que passam tão rápidas quanto uma nuvem ligeira, que ameaça, mas não se concretiza. Preciso encontrar a paz que não está me alcançando . E para isso a literatura que eu amo desde pequenina é meu instrumento de terapia, mais forte que um bom psicólogo para ajudar nessa transição. Meus pensamentos se condensam, procuram reconquistar pedaços de minha vida que foram em certo sentido muito felizes. E exatamente nesse minuto, as lágrimas são elementos de purificação de meu espirito para que possa continuar tentando crer, entender, absorver e prosseguir liberta de uma dor traumatizante. Minha alma ressurge e eu tento identificar quais serão os elementos necessários para que possa finalmente caminhar com a fé que sempre tive e se manifestava nas horas escaldantes da minha existência. Vou ao fundo dos mistérios e procuro encontrar a força para me levantar depois de quedas que machucaram e tento me recompor, enxugando as lágrimas e olhando para o horizonte na procura insaciável de cura interior. Talvez seja necessário um afastamento de mim mesma e visualizo uma claridade muito grande para que possa encontrar o equilíbrio e sair do conflito em que mergulhei. Minha alma realmente está vulnerável e frágil e tenho certeza da necessidade de me aprofundar sozinha, longe de qualquer ruído, na escuridão. Não sinto nada físico e por isso mesmo meu grande declínio exige que eu mesma, me restabeleça procurando qualquer aclive que encontre nessa jornada. Não será fácil, mas me reencontrarei, desconstruindo cada pequeno espaço ferido de minha alma. Preciso apenas estar só para que tenha a liberdade de sublimar esse instante passageiro.
Vânia Moreira Diniz
Conteúdo atualizado pela equipe Essenciar