Enquanto nos abraçamos loucamente,
O teu rosto áspero encostado à minha pele macia,
Nossos corpos se unindo frenéticos,
E aos poucos nos deitando sem consciência…
Enquanto beijas meus lábios ávidos,
Nossas coxas em brasas e entrelaçadas,
Enquanto sinto no teu corpo alucinação,
E perco do tempo e do espaço a noção…
Enquanto o mundo gira e a loucura nos ronda,
E não sabemos nada do que em volta se passa.
Enquanto em teus olhos eu vejo apenas delírio,
E já não quero nem entendo de lucidez…
Enquanto nos tornamos dois em um mesmo corpo,
E lágrimas descem incoerentes de tanta paixão,
Enquanto sentes minhas unhas cravadas em ti sem dor,
E nada percebo do desvario sempre renovado…
Enquanto nossos lábios absorvem esse néctar fluido,
O mundo rodando sem nenhum equilíbrio,
Enquanto gememos de intenso prazer e deleite,
No gozo encontrando a única forma de extravasamento.
Enquanto tudo ali é fascínio inconsciente,
E a paixão conduz às energias que se renovam,
Parece que renascemos de uma maneira inusitada,
Nas carícias que não se repetirão da mesma forma.
Vânia Moreira Diniz