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Editorial de Março – Páscoa

Vânia Moreira Diniz

Páscoa
Hoje me aproximo do aniversário do sofrimento de Cristo. Que padeceu com martírios e dores imensas. Mas imagino que sua maior angústia tenha sido a injustiça. Creio, aliás, que o sofrimento da alma foi o verdadeiro calvário de Jesus. Ele veio para salvar a humanidade e encontrou ingratidões, traições, inimizades, ódios e muita incompreensão. Tudo isso que predomina no mundo até hoje, mas que num dia próximo às lembranças da Cruz carregada pelo filho de Deus nos transporta às nossas variadas imperfeições.

Será que dá realmente para visualizar todo o seu causticante tormento? Creio que Jesus tenha sido o maior filósofo da humanidade. Claro que além de seu Poder Divino. Essa filosofia que fez dele aquele ser ao mesmo tempo severo e pacífico, amoroso e duro em certas palavras e atos, mas principalmente extremamente generoso, capaz de gestos os mais fantásticos para interromper sofrimentos e humilhações de outras pessoas E poderosamente carismático. Um carisma impressionante que passou através de séculos de luz e de calor confortando nosso coração.

Tudo é uma questão de fé. De acreditar ou não. De querer entender ou ficar na escuridão. E em meio às desesperanças e muito desespero o nascimento de Jesus e sua Via Crucis foi algo que serviu para enternecer os adeptos da fé. Fazê-los compreender a importância da presença do Mestre durante aqueles 33 anos de ensinamentos e de humanidade.

Cristo foi antes de qualquer coisa, até mesmo de sua filosofia profunda e inerente um humanista, um maravilhoso entendedor do coração humano, dos sofrimentos da humanidade, suas misérias, exclusões, doenças e racismo que separa dolorosa e vergonhosamente o ser humano. Ele era o médico realmente de almas e fosse Deus ou não a primeira pessoa que lutou pelos direitos humanos, sentindo na própria pele a dor do semelhante.

Dotado de um carisma impressionante, ouvindo os infelizes, se apiedando dos sofredores, amando os doentes, Jesus foi o maior humanista que o mundo jamais teve. Aquele que realmente curava as misérias e dores da forma mais suave que alguém podia fazê-lo. E sabendo que muito breve ele próprio passaria por tormentos e injustiças atrozes.

A paixão de Cristo foi um acontecimento tão doloroso que seria impossível visualizarmos na proporção que se deu. Mas depois de tudo veio a glória, ressurreição e a vida comemorada com nossa Páscoa tão emocionada e na qual as crianças encontram um ovo de chocolate trazido por um lindo coelhinho branco. É esse o espírito. A Páscoa é como a redenção de toda a humanidade sofredora e encarnada na figura tentadora de chocolates, alegrias e comemorações pelo renascimento de um homem, mestre e Deus, humanista, filósofo e que na sua generosidade esqueceu as dores para lembrar da glória no perdão.

Vânia Moreira Diniz
12-04-2004

Conteúdo atualizado pela equipe Essenciar

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