No ar matinal que me acaricia,
Libertando minha alma de tensão,
Consigo enxergar aquela alegria
No alvorecer dessa total imensidão.
Absorvo a misteriosa energia,
Que flui profunda e compensadora,
Vivendo em sua poderosa magia,
Aquela sensação da qual é geradora.
Sinto tanto doçura nesse momento,
Que meu coração se recolhe em transe,
Respeitando o enigmático pensamento,
Que perpassa ligeiro e me confrange.
Quase posso tocar na essência subjetiva,
De todas as coisas que de leve vibram,
Parecendo as mãos poderosas e construtivas,
Do criador que nossas sensações equilibram.
Perpassa em meu espírito uma percepção,
Insólita e desconhecida de tanto amor,
Que quase não reconheço minha razão,
Em tumulto passageiro de êxtase e dor.
Quando a intensidade do sol me revigora,
Sinto brilhar meu olhar em deslumbramento,
E então meu confuso pensamento rememora,
Todas as fases desse compulsivo arrebatamento.
Vânia Moreira Diniz
25-02-2001