O ano velho passou repleto de acontecimentos pessoais, muitos contrastantes entre alegrias e dores. Caminhou ao meu lado, sem perguntar se estava tudo bem, sorrindo entre os dias e entregando-me o que me cabia. Contemplei-o esperançosa, grata pelos sentimentos que tornaram meu ano, por vezes, maravilhoso. Mas, de repente, surgiam tempestades que derrubavam as estruturas, fazendo-me desejar outros períodos.
Realizações profissionais, mudanças radicais e o conhecimento permeavam meus textos em prosa e verso, minha literatura, e a presença de sonhos e ideais. No entanto, perdi pessoas queridas que partiram, deixando meu coração com saudades e aflições incontestáveis.
Dividido entre ternuras e dureza, o velho 2024 mostrou quanta fortaleza precisávamos para seguir com ele. Vimos crimes hediondos e gestos generosos, a vida célere, conversas habituais, generosidade e indiferença. Aturdidos, testemunhamos crianças e adultos passarem fome, enquanto a riqueza rondava os privilegiados.
Surge o novo ano, jovem e inexperiente, amparando o velho que, aos poucos, se retira, arrependido de certos atos e glorioso de outras atitudes. Ele parte sem a pose do início, ostentando entre as rugas as dúvidas do que poderia ter feito melhor. Recordando lágrimas e exultando pelos risos de alegria de muitos de seus súditos.
Vejo a luz que se aproxima, trazendo o ano de 2025, a certeza que deixa à sua volta, os sorrisos de pura alegria e a convicção do que pretende fazer. Eles se encontram na linha que separa os tempos e apertam as mãos: um exaurido e o outro imponente, com a juventude brilhando. O novo ano imagina a glória e os ideais de todos os seus futuros súditos refletidos em seu olhar esperançoso.
Ano Velho, Ano Novo, que fazem parte de nossas vidas e aos quais dirigimos nossos pedidos e expectativas.
Vânia Moreira Diniz
Conteúdo atualizado pela equipe Essenciar