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Hoje eu quero trégua

Hoje eu quero trégua Vânia Moreira Diniz

Em meio à luta de conscientização para todos nós no caos imenso desse país, às indignações pelos sofrimentos que os homens políticos nos causam, á tristeza de saber do egoísmo de cada elemento do poder, não posso hoje deixar de pedir um dia de trégua para exultar meu coração em um momento de alegria pessoal.

Mesmo com as catástrofes que me causam revolta e dor, meus olhos estão brilhantes de lágrimas de felicidade nesse dia memorável em que revi meus valores interiores, e de repente encontrei conclusões surpreendentes. Que posso com carinho abraçar e sorrir alguém muito querido que também sorrindo e com olhos úmidos vem ao meu encontro e procuramos resgatar afeição profunda e mútua traduzida na compreensão e na amizade.

Hoje quero uma trégua, porque aos meus olhos, o verde da natureza está mais intenso, as flores mais belas em seus tons coloridos, o azul do céu ainda parece com a cor dos olhos que foram de meu pai, o sol que me aquece me transmite um vigor nunca encontrado, enquanto no horizonte vislumbro com intensa nitidez a amplidão que se apoderou de minha alma e que a resgatou imune e fascinada.

Hoje quero um momento de trégua para sentir todos os elementos do universo, sorrir em deslumbramento para as crianças, entender suas efusões e abraçá-las com o carinho que merecem, misturar-me aos adolescentes e entender seus sonhos contraditórios amando com efusão toda as pessoas e seres que fazem parte deste planeta.
Hoje quero trégua para rir e me alegrar intensamente demonstrando em todo o meu entusiasmo a luz (interna, é claro, que nenhum apagão conseguirá ofuscar) incandescente e vibrante que se projeta em feixes dourados avaliados pela ternura de todos os meus sentimentos.

Hoje peço embevecida e trêmula essa trégua que está me levando pelos caminhos de uma estrada de ar puro cujo oxigênio transborda em exuberante vida. E então me sinto magnificamente bem, como se apenas estivesse começando a viver e fosse experimentar a candura da alma infantil.

Nesse instante de exultação em que vejo o mistério de um planeta sempre exótico e enigmático, quero abraçá-lo com a certeza da minha felicidade, dos anos que poderão vir, das gargalhadas de satisfação que ecoam em todos os lugares que passo e da concretização de objetivos, fruto das reflexões maravilhosas que me custaram muita e inexorável dor.

Nessa trégua quero viver intensamente e esquecer tormentos ou melancolia, dias escuros e noites tormentosas. Quero viver e, agradecer, amar, entender, absorver, e simplesmente contemplar outros olhos úmidos de alegria e emoção , enxugá-los com o poder e a força da minha sensibilidade e sorrir o mais intenso, sincero, vibrante, mágico e duradouro sorriso que ele jamais viu em meus lábios.

Trégua, trégua, por favor, nesse dia em que derramo minha alma em gotas de exultação constante e persistente e encontro encantada a ressonância e a alegria de outra alma cujo canto reflete o riso que me transborda.

Vânia Moreira Diniz

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