Ao entardecer sinto uma suavidade,
Busco comigo mesma conversar,
Entendo do mundo a generosidade,
Mas procuro na minha vida pensar.
Ao entardecer espero a sua presença,
Ouço de longe teus passos lentos,
No meu íntimo se instala a crença,
De que jamais ouvirei teus lamentos.
Ao entardecer sinto premente um desejo,
Procuro desfrutar aqueles doces momentos,
E sonhando no crepúsculo logo revejo,
Outras imagens olvidando os sofrimentos.
Ao entardecer com detalhes me enterneço,
Esqueço naquele silêncio qualquer aspiração,
Digo sempre para mim mesma que não conheço,
Na escalada do amor nenhuma compensação.
Ao entardecer espero tão simplesmente,
Aquele gesto conhecido transbordante de amor,
Imagino que a vida passe lenta e permanente
E me surpreendo sempre ao sentir tal ardor.
Ao entardecer correspondo àquele olhar,
Encontro motivo de sentir tanta ternura,
E contemplando longamente o meu mar,
Minha alma se engrandece de tanta ventura.
Ao entardecer quero para sempre viver,
Nos sentimentos encontrar toda a razão,
Absorver-me na loucura de te querer
E sempre sentir e desfrutar essa paixão.
Vânia Moreira Diniz