Retorno ao caminho da saudade,
com o coração triste e apartado,
e meus dias longos de lealdade,
lá se vão e te vejo só revoltado.
Retorno sem esperança real,
carregando amargura e dor,
não dizes mais o quanto és leal,
e meu futuro se delineia sem cor.
Fico aqui no caminho da solidão,
obscurecida pelo remoto passado,
com alma em luto e espero em vão,
o teu olhar que sempre foi amado.
Não prevejo mais dias ensolarados,
sinto na minha frente a escuridão,
e os pensamentos virão aureolados,
de antigas memórias e muita paixão.
Vou viver na morada silenciosa,
que origina aquela funda ansiedade,
e aquele tempo de loucura vitoriosa,
não faz mais parte da nossa realidade.
As horas se arrastam sem previsão,
tão inquietantes em seu caminhar,
e não entendo essa vida sem razão,
que só me deixa eternamente sonhar.
O caminho da saudade é doloroso,
não resta de outrora nem a liberdade,
de querer expressar o coração amoroso
sem alimentar a tua insana vaidade.
Daqui não mais desejo me distanciar,
contemplo apática o meu horizonte,
e nada mais consigo do que ansiar
que ninguém a minha desdita te conte.
Vânia Moreira Diniz