Desde 01 de Março de 2022

Olhos azuis

Olhos Azuis Vânia Moreira Diniz

A meu pai In memoriam

Quando contemplava aqueles olhos azuis,
Profundos, expressivos às vezes assustadores,
Não compreendia nunca na sua imensidão,
O valor inexplicável dessa profundidade.

Olhos azuis que diziam muito de si mesmo,
Que traduziam carinho e severidade,
No mesmo olhar longo e transbordante
De brandura involuntária revelada a cada momento

Olhos azuis que por vezes se me afiguravam cristalinos,
Manifestando rancor ou extravasando numa mesma expressão,
Meiguice, amor e doação nunca vistas.

Olhos azuis que eu amei e nos quais senti segurança,
Que me bastavam na hora do sofrimento irremediável,
Que se fazia presente, quando todos me faltavam descomprometidos,
E que lá estavam quando eu mais sentia dor ou solidão.

Olhos azuis que meu pai ostentava indiferente à sua beleza,

Que escondia em óculos de armações elegantes,

Olhos azuis que eu soube fitar com ternura ou mágoa,

Mas que hoje os vejo até no escuro brilhando azuis,

Inesquecíveis e sinto dentro d’alma,

    O incrível magnetismo radiante

         E quase onipotente.     

                                     Vânia Moreira Diniz                                           

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