Em meio à tempestade que assola nosso país, não é a inspiração que nos move, mas a urgência de um apelo. Estamos diante de uma tragédia sem precedentes, onde a ganância desmedida deixou cicatrizes profundas em nossa terra e em nossos corações.
O frio cortante, o desabrigo, a morte que ronda silenciosa, a separação dolorosa de famílias – são feridas que a riqueza acumulada e o progresso desenfreado não podem curar. O Rio Grande do Sul, palco de sofrimento, talvez encontre um caminho para sorrir novamente, mas a memória da dor permanecerá, um lembrete sombrio do preço da ambição humana.
Diante do espetáculo de desolação, perguntamos: será que o progresso valeu a pena? A natureza, ferida pelas mãos do homem, responde com fúria, e nós, paralisados, testemunhamos as consequências de nossas próprias ações.
Chegou o momento de interromper o ciclo destrutivo. O que foi perdido não pode ser trazido de volta, mas podemos evitar futuras catástrofes. A ajuda e o voluntariado são passos iniciais, mas o verdadeiro desafio é aprender a recuar, a respeitar os limites impostos pela Terra que nos sustenta.
Como reconstruiremos as cidades devastadas? Como devolveremos a esperança aos milhares que sofrem? As palavras são poucas diante da magnitude da perda, mas o sacrifício exige uma mudança radical. Não podemos mais permitir que a ganância dite o curso de nossa história.
Olhemos com humanidade e compaixão para a dor que mancha nossa nação. Que este seja o momento de despertar, de escolher um novo caminho – um caminho de respeito, equilíbrio e verdadeira prosperidade para todos.
Vânia Moreira Diniz