Pela primeira vez na minha vida desde o mais remoto dia de meus primeiros escritos infantis não encontro muita paz para escrever e me sentir realmente realizada e feliz. Isso porque sinto no ar uma sensação de dúvida e muitas lutas para nossos filhos e netos, que jamais senti em mim mesma. Amo a poesia, os vocábulos que se juntam como repito muitas vezes, mas tenho medo.
Medo desse mundo que agora ainda gira , mas não sei se continuará a fazê-lo. E deixamos com nossa futura ausência, uma insegurança para as novas gerações que estão se formando. Ao sentir tudo que está acontecendo, eu, uma escritora , não consigo assegurar nem em reflexões mais profundas o que poderá acontecer. E pior, não é só no Brasil, mas no mundo inteiro. Passamos por momentos realmente não só dolorosos. Dolorosos ainda seria uma palavra suave. Mas terrivelmente tenebrosos.
Não estou falando em nome de ninguém, porque as sensações de cada pessoas são divergentes.
No entanto sinto em minha alma os eflúvios não de beleza ou amor, mas de um perigo que nos aponta uma ferramenta de indiferença, impropriedade e vaidade suprema, que é capaz para isso de modificar os povos em geral.
Não se trata mais de quem é o Presidente, o que realmente me transpassa os pensamentos são de que qualquer que fosse a autoridade, existiria esse poder desmedido. Está certo. Sempre existiu isso , mas pelo menos havia a consciência de que precisávamos mudar e existia realmente algo que se chama esperança.
E atualmente por mais que falemos em fé e ideais , no fundo, não sabemos precisar a última vez que a experimentamos dentro de nosso coração comandado pelo cérebro já degastado de sofrimentos e desilusões.
Cada dia nos perdemos mais e mais e não sabemos qual será o fundo do túnel que se encaminha o mundo.
E isso me dá a sensação de desesperança de um povo lutador. E por isso hoje é a primeira vez que escrevo sem alegrias. Parece tudo bem agora? Então se aprofunde na vida que chegará para as futuras gerações. É só isso e o pior é que estamos nos preocupando apenas com momentos fugidios, sem consistência e passageiros como aconteceu antes da pandemia.
Conteúdo atualizado pela equipe Essenciar