Desde 01 de Março de 2022

Reflexões de um dia especial

Vânia Moreira Diniz

Enquanto estava deitada quase dormindo muitas cenas se passaram fortes e incisivas pela minha cabeça. Toda uma vida parecia surgir à minha frente e eu delineava dias e fatos passados com uma precisão impressionante. Silenciosa, penetrava no meu mundo interior e imaginava que muita coisa necessária estava por fazer. E pedia a Deus que me ajudasse e encaminhasse a minha vida. Ao mesmo tempo desfilavam muitas cenas antigas, algumas que eu prefiria esquecer, outras que eu desejaria ter vivido mais intensa e profundamente.

Fazia um retrospecto interessante, envolvente, e em muitos aspectos contrastante. E pensava que teria valido a pena insistir dentro das minhas metas para que esses objetivos se realizassem. As imagens se sucediam e o torpor que tomava conta de mim era real e impressionante em suas proporções gigantescas. Como um monstro de mil olhos que quisesse me dominar completamente.

Como se estivesse subjugada por uma insanidade qualquer continuava a desejar numa atração irresistível o filme que se desenrolava em volta de mim, muito poderoso, insinuante, no entanto desesperadamente perigoso e que me dava sensação de medo e desejo. Ansiava por aqueles quadros patéticos. Como num filme de suspense.

A vida é especial justamente porque é capaz de ser protagonista de sentimentos e experiências que podem chocar ou fascinar! Pensava em toda os meus dias passados e lembrava-me como sempre quisera vivê-la com urgência. E com uma urgência desnecessária na opinião de muitas pessoas. Era tudo demasiadamente urgente!

Tenho vivido sempre urgentemente e na verdade meus ideais mais perseverantemente sonhados deixei para depois. Como quando preferimos saborear o que sentimos intenso prazer em último lugar para ficarmos com seu gosto por mais tempo. Naquelas horas pensei nisso sem ter ao menos convicção do que era lúcido ou ficava no subconsciente ainda resguardado cuidadosamente. Pensei que teria um longo caminho, mas que poderia ser interceptado ali, naquele momento, depois de algumas horas ou em dias.

E tinha um conceito para cada pensamento ou imagem que me aparecia e nesse rápido desenrolar nem consciência do que era deslumbrante ou desesperador. Todo o contexto era atraente demais em seu modo de caminhar parecendo está a poucos metros de minha visão extasiada.

Fechei os olhos em aparente tranquilidade, todavia deixando levar-me por aquela onda fantasiosa que poderia conduzir-me mais liberta a uma outra dimensão desconhecida que em sua imprecisão me transtornava, dominava e me dava sensações de pavor e realização. Esse desconhecido embriagador e apavorante.

Vânia Moreira Diniz

Conteúdo atualizado pela equipe Essenciar

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