Sou poeta e escritora e me reconheço desde os seis anos de idade. Com a poesia eu me abraço e posso ser feliz hoje e triste amanhã. Por isso não estranhem. O poeta tem esse direito porque na linha dos seus versos existe profundo sentimento. Sentimentos mesclados de amor, carinho, mágoa, dor, raiva, suavidade, afeto, amizade e qualquer sensação existente no ser humano. São geralmente ecléticos em sua forma mais profunda. Ontem algo me machucava e eu nem sei o que era. Mas hoje acordei vendo o lado bom da vida, olhando através da nesga da cortina o brilho do sol lembrando o que a vida me proporcionou e achando que estava sendo injusta com o Criador.
Minha alma está sempre explícita e costumo desnudar meu coração sempre que a inspiração precisa se envolver e tornar a vida mais ou menos sedutora. Caminho sem entraves procurando por intermédio da escrita confessar o momento que estou vivendo, mesmo que não fale especificamente nele. E assim vamos discorrendo em cada degrau da escadaria que subimos.
E nada melhor para mim, do que o momento de escrever porque em cada segundo eu reinvento e ressignifico minha estadia nesse planeta até por vezes desconstruindo imagens que por vezes podem me fazer sofrer.
Por isso a poesia não me deve nada. Eu que devo à poesia que me recebeu tão pequenina com amor. Ela deixou que eu me reconhecesse mesmo ao seis anos porque nos primeiros 5 anos de minha vida ainda não tinha aparecido, embora gostasse muito de ouvi-la quando algum adulto declamava e lia histórias interessantes. E agora, tantos e tantos anos depois ainda me ajuda, orientando-me para que eu desconstrua palavras ou atos de outras pessoas que possam me magoar ou reconstruindo minhas opiniões para que eu não machuque ninguém. E isso já é uma maravilha!
Obrigada, Deus por ter me encaminhado para que escutasse meu avô, sem o que, talvez eu não ouviria esse chamado da escrita e da poesia. E assim está a explicação que eu devia às pessoas que me Leem, ouvem e veem que não compreendiam bem a minha relação com a diversidade de sentimentos descritos. Eles são legítimos, mas aparecem de um dia para o outro em profusão.
Vânia Moreira Diniz
Conteúdo atualizado pela equipe Essenciar