DE LUIZ ALBERTO MACHADO
PARA VÂNIA MOREIRA DINIZ
·
ELA ME ESPERA… – Ela me espera até de manhã como quem deixa a porta aberta entre as coxas fartas, para que eu flagre impregnado pela luminescência de sua calcinha robusta ao contágio de seus encantos maliciosos e sem que preveja o alisado das mãos no meu sexo inchado, exposto às lambidas aveludadas na boca de céu estrelado até a garganta. Assim me espera de tarde como quem foi pra rua e perdeu a condução, quase louca, estouvada, na mínima roupa colada no corpo só para ser cortejada tão astuciosa quanto preguiçosa, às pálpebras arreadas como se escapulisse da minha pegação de fruir seu irresistível charme e com sagacidade a lançar pro deleite olhar lascivo do convite preu me esbaldar no redemoinho de sua vertiginosa vagina. E mais me espera de noite tão torrencial quanto incendiada a voar solta no vento, como quem rodopia bastante exaltada na ponta dos pés, sem se dar conta da saia na cabeça para revelá-la desnuda, batom rubro no sexo por baixo do vestido de alças que depõem seus seios abundantes que sem recato deslizo seus contornos e ela a esfregar sua pele sedosa com todos os aromas dos jardins primaveris na minha e me acolhe na sua abissal e espantosa arquitetura corporal dada pro meu usufruto. E assim se faz alta madrugada com todas as divindades celestes, terrenas e subterrâneas, sem relutar palpitante pelas vibrações no sagrado rito do coito maia sobre a estela D de Copan, com seu balche que pra mim é mais que capitoso hidromel, vestida apenas dos quatro sóis dos Lacandons e destes para os cinco astecas, a me esconder pelas costas e a se arquear para que eu esteja inteiro e seguro no esconderijo do ânus, a me fazer dono de todos os seus confins e totalmente explorada para que eu possa tributar inteiro o meu prêmio na sua carne alada.
© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados.