Desejo dizer que sou a Vânia Moreira Diniz, que escreveu desde os 6 para 7 anos, leu prematuramente, desejou ser escritora ainda pequenina e recebeu o aval de seu avô, o seu mestre, guru e que com certeza me protege onde estiver. Eu sou aquela que passava na avenida Copacabana no Rio de Janeiro, ficava muito triste de ver tantos mendigos à minha volta, ia falar com eles, malgrado minha mãe tivesse receios e tentava passar isso para o papel. Eu sou aquela Vânia que aos 12 anos subia três vezes por semana o Morro Dona Marta, para ajudar alfabetizar crianças da minha idade, mas que não tinham possibilidade de estudar para ficar ajudando os pais. Eu sou aquela Vânia, alegre, extrovertida, sempre pronta a dizer sim, sensível, mas também impulsiva, ansiosa e por vezes temperamental que na infância foi mimada e na adolescência ao contrário, iniciou sua própria vida. Eu sou aquela que ainda garota viu morrer um irmãozinho de cinco anos, mas não saiu de perto dele. Eu sou aquela Vânia que não seria capaz de dizer algo que pudesse ferir alguém, que abro o meu espaço para que os escritores possam mostrar o seu trabalho e vencer, sendo justamente reconhecidos como eu mesma ainda faço. E isso tudo porque era consciente da ética e dos valores que minha família soube inserir em minha personalidade. Estou aqui publicamente respondendo a alguém que me fez uma pergunta cuja resposta era óbvia para todo mundo que me conhece, mas certamente não vou dizer quem era. Não, jamais seria capaz disso que você me perguntou, sabe por quê? Porque tenho uma consciência e gosto de deitar em meu travesseiro e dormir sem fantasmas, porque amo aplaudir meus colegas que recebem prêmios ou comendas, porque não me acho injustiçada, muito pelo contrário, tenho sido carinhosamente reconhecida e quando fundei a Academia de Letras do Brasil-DF, recebi convite de uma pessoa empreendedora e maravilhosa e se não tivesse recebido esse convite, não me perturbaria em nada porque jamais havia pensado em ser Presidente de uma organização qualquer que ela fosse. Espero que tenha sido respondida essa pergunta que não deveria nem ter sido feita.
Vânia Moreira Diniz
Conteúdo atualizado pela equipe Essenciar