Estou aqui nos bastidores e me lembrei de transmitir uma experiência, que ultimamente tem ocupado além das palavras os meus pensamentos. Naquela pandemia dolorosa eu não me recolhi completamente, porém a maior parte do tempo estive escrevendo ou pesquisando com mais profundidade e saboreando a solidão. Nunca, pensei que algum dia poderia me acostumar a ela. E hoje, vitoriosa posso dizer que aprendi a gostar da minha companhia Ou melhor “aprender a gostar” foi a forma de não sofrer mais. O tempo é muito precioso. Ele nos ensina a enfrentar as intempéries, a conhecer o modo de lidar conosco mesmo. Nasci numa família de oito irmãos, muito cedo me casei e tive duas filhas. O meu passar do tempo era célere, dinâmico e constantemente cercado de pessoas queridas. Quando me senti só, no dia a dia pedi a Deus que me desse a força de morar sozinha. Claro que tenho a assistência de minhas filhas e netas No entanto elas não podiam e nem deviam ficar incessantemente ao meu lado. E naquele momento estava tão machucada que pela primeira vez não conseguia escrever. Mas os desígnios de Deus são infalíveis e extraordinariamente sábios. Ele nos deu o tempo para que aprendêssemos a lidar com ele.
Hoje posso dizer, o quanto está sendo primordial para mim esse espaço de tempo que ainda vou viver. Além de tudo aprendi a compreender as qualidades ou defeitos de meus semelhantes. Na verdade, conhecendo-me melhor automaticamente posso avaliar o porquê de muitas atitudes das pessoas em geral. Agradeço ao Senhor do universo a oportunidade de poder sorrir, chorar, escrever e reconhecer que conquistei uma vitória que pode fazer bem à minha alma. Saudades? Existem sempre, porém as lembranças suaves e ternas são o nosso melhor antídoto contra o sofrimento.
Vânia Moreira Diniz
Conteúdo atualizado pela equipe Essenciar