Eu me enterneço na saudade,
Na lembrança da paixão ávida,
Nos instantes de intensa lealdade
E na palavra meiga e cálida.
Eu me enterneço ao som mavioso,
Quando aprecio a instintiva natureza,
No beijo apaixonado, louco e ansioso
Nas diversas formas de beleza.
Eu me enterneço ao ouvir a voz
Tão querida e tão harmoniosa,
Nos momentos de conversa a sós,
Na disputa de amor vitoriosa.
Eu me enterneço ao corresponder
Ao seu profundo olhar misterioso,
Conseguir me fazer entender
Na efusão do coração silencioso.
Eu me enterneço nas lindas noites
Em que as estrelas poderosas cintilam,
Esparzindo como suaves açoites,
Seu brilho nas janelas que ventilam.
Eu me enterneço no reencontro,
Longo tempo na espera e realizado,
Com o toque das mãos no breve encontro,
No abraço tão especial idealizado.
Eu me enterneço em cada gesto de amor,
Nas horas escaldantes e tocantes de paixão,
Na triste, aflita e tão amarga dor,
Quando os amantes separados lá se vão.
Eu me enterneço…
Vânia Moreira Diniz
Conteúdo atualizado pela equipe Essenciar