Para Vaninha Moreira Diniz, minha musa amada
Outubro, predomínio absoluto da primavera, onde todas as manhãs e tardes o sol é mais fulgurante traduzindo a verdadeira satisfação de viver, como se a vida fosse uma maravilha amarelada com o sabor delicioso de lamber um sorvete de morango; como se a noite fosse o eterno perfume dos olhos do mar de Copacabana; como se amar fosse efusivamente gozar do privilégio enfeitiçador de uma musa única e exclusiva a nos dedicar a mais altaneira das satisfações existentes.
Outubro, predomínio absoluto da musa única e exclusiva que reina exuberantemente sobre o meu coração insone que anseia voluptuosamente pela felicidade, pela graça do seu sorriso resplandescente, pela singeleza do seu gesto mais que enternecedor.
Musa única e exclusiva, que me entrega de bandeja os poemas prontos para que eu reine aprendiz de poeta; que me proporciona os momentos mais felizes do mais absoluto prêmio da satisfação; que me ensina a viver mediante o inopinado das circunstâncias e o imprevisível paradoxal dos momentos; que me ensina a amar acima de todas as possibilidades da paixão e do desejo; que me leva pela maravilha do universo, dando-me a entender que por mais inúteis que sejamos, mais precisamos compartilhar dos nossos sentimentos com todos os seres e coisas.
Musa única e exclusiva, aquela a quem eu sempre busquei na minha solidão de anos e décadas, mesmo não sabendo de quem se tratava e que navegou todas as minhas noites desde a mais irrequieta adolescência, até os meus dias de completa alucinação e exasperação adulta; que esteve comigo nos desalentos de meus fracassos, ofertando sempre a esperança como horizonte; que me acompanhou no apogeu dos abismos mais precipitados da minha pressa urgente de viver; que construiu em mim, firme e deliciosamente, a condição de amante comungando com tudo e todas as existências.
Musa única e exclusiva, que eu sequer sabia o nome nem moradia, nem nada, até desavisadamente encontrá-la oferecendo a mão espalmada com toda a graça de sua generosidade.
Musa única e exclusiva que eu clamava nas minhas noites de desespero febril e desiludia por não saber seu paradeiro nos dias e noites que me consumiam insone e inexoravelmente.
Musa única e exclusiva que por graça da vida e do universo, fez-se presente de perfeito fausto, quando eu estertorava ruminando de loucura e desejo.
Musa única e exclusiva que mais exultante de felicidade com o ar de sua graça, descortinei sua imagem e passei a mencionar seu nome cândido a dar-me mais que o merecido.
Musa única e exclusiva, hino entoado por todos os gentis e endiabrados cantores líricos de minha alma atormentada, reverberando Aleluia de Haendel com seu nome estampado: Vaninha! Vaninha! Vaninha!!!!! E eu delirando de explodir meu peito a gritar que te amo, Vaninha ontem, hoje e para todo o sempre, amém!
Luiz Alberto Machado